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24/Ago/2022

Rentabilidade permite investimento em fertilizante

As cotações internacionais de diversas commodities agrícolas, como soja, milho, trigo e algodão, ainda que tenham recuado nos últimos meses, estão em patamares historicamente elevados e garantem boa rentabilidade a produtores brasileiros. Combinados com a desvalorização da moeda brasileira, estes preços permitem uma rentabilidade bastante positiva aos produtores. A rentabilidade das lavouras de soja na região médio-norte de Mato Grosso na safra 2022/2023 deve ser de 16 sacas de 60 Kg por hectare, ante 27 sacas de 60 Kg na safra 2021/2022 e 26 sacas de 60 Kg por hectare na safra 2020/2021. No oeste do Paraná, a rentabilidade prevista é de 18 sacas de 60 Kg por hectare, ante prejuízo de 10 sacas de 60 Kg por hectare em 2021/2022 e rentabilidade de 28 sacas de 60 Kg por hectare em 2020/2021.

O cálculo não considera despesas gerais, custos com vendas e administrativas (SG&A) e com arrendamento. No caso do milho safra de verão (1ª safra 2021/2022), a rentabilidade estimada é de 76 sacas de 60 Kg por hectare no Planalto do Rio Grande do Sul, ante prejuízo de 11 sacas de 60 Kg por hectare na safra passada e rentabilidade de 109 sacas de 60 Kg por hectare em 2020/2021. No sudoeste do Paraná, a previsão é de 87 sacas de 60 Kg por hectare de rentabilidade, ante 40 sacas de 60 Kg por hectare na última safra e 94 sacas de 60 Kg por hectare na penúltima safra. Para o milho 2ª safra de 2022, a projeção é de ganho de 44 sacas de 60 Kg por hectare no médio-norte de Mato Grosso, de uma produtividade total de 110 sacas de 60 Kg por hectare em 2022/2023.

No ciclo 2021/2022, a região havia obtido rentabilidade média de 42 sacas de 60 Kg por hectare e em 2020/2021, de 50 sacas de 60 Kg por hectare. Para o algodão, no sudoeste de Mato Grosso a previsão é de um retorno de 28,5 arrobas de pluma por hectare na safra 2022/2023, ante 59 arrobas por hectare na temporada anterior e 50,1 arrobas por hectare na safra 2020/2021. Sem considerar arrendamento e SG&A, o País vem de duas safras em que estava sobrando quase a metade da produção (rentabilidade obtida em comparação à produtividade).

Os altos retornos alcançados por produtores nas duas últimas safras e a perspectiva de obter lucros satisfatórios no ciclo 2022/2023, mesmo que inferiores aos de anos anteriores, vem levando a investimentos em fertilizantes e expansões de área plantada em novas fronteiras agrícolas. O mercado de calcário, de gesso, de fosfatado operou bastante no começo deste ano. Maranhão, Piauí, Tocantins, sul do Pará, Vale do Araguaia, noroeste de Minas Gerais, todas essas regiões estão em franca expansão de área ainda. No MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Pará, o avanço da área é da ordem de dois dígitos, em diversas culturas.

Nos dois últimos anos de resultados positivos, houve várias decisões tomadas de expansão, não todas realizadas. Ainda haverá crescimento de 2,5 milhões de hectares em área plantada, com a soja puxando o crescimento, milho e uma retomada da expansão da área com cana-de-açúcar. Já há problemas na disponibilidade de sementes para o milho 2ª safra de 2023 que será plantado no início do ano que vem. As carteiras de defensivos vendidos também são recordes, em razão não só da alta dos preços dos produtos, como também da maior demanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.