16/Oct/2024
Em setembro, os preços mundiais do arroz caíram 1%, devido à fraca demanda de importação. Esta leve queda não incluiu o impacto do retorno da Índia ao mercado de exportação, anunciado em 28 de setembro. Uma semana antes, a supressão do preço mínimo de exportação do arroz basmati foi o primeiro sinal de flexibilização das restrições impostas em julho de 2023. Mas, no início de outubro, os preços mundiais reagiram com uma queda de 10% em poucos dias, atingindo o nível mais baixo desde julho de 2023. Em meados de outubro, enquanto os preços de exportação asiáticos continuavam caindo, os preços indianos se fortaleceram um pouco devido a novas demandas de importação. Com o fim da proibição de exportações (exceto para o arroz quebrado) e a redução das tarifas de exportação, incluindo para o arroz parboilizado, os principais países importadores estão voltando ao mercado.
No entanto, a demanda de importação ainda se mantém moderada enquanto os preços de exportação não se estabilizarem. Desde o anúncio do retorno da Índia, o mercado internacional de arroz enfrenta uma forte volatilidade nos preços, que provavelmente vai durar várias semanas antes de se estabilizar. Os exportadores asiáticos se veem obrigados a ajustar seus preços com base nos novos preços da Índia, que, por sua vez, flutuam de acordo com as novas demandas de importação. Além disso, os estoques dos exportadores encontram-se relativamente altos e as safras principais asiáticas começaram a chegar ao mercado, e são melhores do que o esperado. Isso foi, em parte, o que levou a Índia a retomar suas exportações. Portanto, a oferta mundial de exportação vai aumentar nos próximos meses, e provavelmente a tendência de queda dos preços mundiais continuar pelo menos até o início de 2025.
Na Índia, o preço do arroz parboilizado caiu 2% devido à fraca demanda de importação. No entanto, com o anúncio do fim da proibição das exportações indianas, a demanda mundial deve aumentar. A Índia fixou um preço mínimo de exportação de US$ 490,00 por tonelada, bem abaixo das ofertas de seus principais concorrentes, forçando-os a reduzir seus preços. Com a demanda mundial prestes a disparar, o mercado interno indiano também está registrando um forte aumento nos preços do arroz, obrigando o governo a aumentar os preços de exportação. A Índia tem reservas suficientes, e a próxima colheita, que se anuncia abundante, deve aliviar as tensões internas. Durante os primeiros nove meses do ano, as exportações indianas superaram 12 milhões de toneladas, 20% menos em comparação ao ano anterior no mesmo período. Em setembro, o arroz parboilizado marcou uma média de US$ 524,00 por tonelada FOB, contra US$ 534,00 por tonelada anteriormente. No início de outubro, com a retomada das cotações do arroz branco, os preços oscilam entre US$ 490,00 e US$ 495,00 por tonelada.
Na Tailândia, os preços caíram de 1% em setembro, atingindo o nível mais baixo desde julho de 2023. No entanto, com o retorno da Índia, os preços caíram entre 10% e 15% em poucos dias, apesar do fortalecimento do baht em relação ao dólar. Estima-se que as exportações tailandesas durante os primeiros nove meses do ano tenham alcançado 7,4 milhões de toneladas, 22% a mais em relação a 2023 no mesmo período, mas podem desacelerar durante o último trimestre do ano após a nova concorrência indiana. Em setembro, o arroz Thai 100% B esteve cotado a US$ 574,00 por tonelada, contra US$ 579,00 por tonelada em agosto. O arroz parboilizado permaneceu relativamente estável a US$ 569,00 por tonelada, contra US$ 570,00 por tonelada anteriormente. Em contraste, o arroz quebrado A1 Super subiu para US$ 458,00 por tonelada, contra US$ 439,00 por tonelada. No início de outubro, os preços continuam caindo, assim como os preços do Vietnã e do Paquistão.
No Vietnã, os preços de exportação tiveram uma queda de 1% em setembro, em um mercado bastante ativo estimulado pela demanda das Filipinas. No início de outubro, os preços também foram impactados pelo retorno da Índia. No entanto, a queda foi moderada devido à qualidade do arroz oferecido e à demanda relativamente ativa pelo arroz vietnamita no Sudeste Asiático. Durante os primeiros nove meses do ano, as vendas externas superaram 7 milhões de toneladas, 10% a mais em relação ao ano anterior no mesmo período. Em setembro, o arroz Viet 5% foi negociado a US$ 566,00 por tonelada, contra US$ 573,00 por tonelada anteriormente. O Viet 25% esteve cotado a US$ 534,00 por tonelada, contra US$ 538,00 por tonelada. No início de outubro, os preços apresentam recuo de 3% em relação ao final de setembro, antes do anúncio da Índia. Mas, é provável que continuem caindo com a chegada das novas safras ao mercado.
No Paquistão, os preços do arroz voltaram a cair significativamente em setembro, especialmente o Pak 5%, após uma maior oferta com a chegada da nova safra ao mercado. O retorno da Índia também forçou os exportadores a alinharem seus preços, para manter suas parcelas de mercado, especialmente na Indonésia. Durante os primeiros nove meses do ano, as exportações do Paquistão alcançaram 4,5 milhões de toneladas, 72% a mais em relação ao mesmo período em 2023. Graças à maior disponibilidade em 2024, há expectativa para superar o recorde histórico de 5 milhões de toneladas, contra 4,5 milhões de toneladas em 2023. No entanto, a nova concorrência da Índia pode desacelerar as vendas externas do Paquistão. Em setembro, o Pak 5% esteve cotado a US$ 534,00 por tonelada, contra US$ 550,00 por tonelada em agosto. No início de outubro, os preços do Paquistão estão entre os mais baixos do mercado, a US$ 480,00 por tonelada.
Nos Estados Unidos, os preços do arroz caíram 1,5% em setembro, em um mercado relativamente ativo. Maiores ofertas começaram a chegar ao mercado graças ao novo aumento da produção. Em setembro, as exportações atingiram 275.000 toneladas, contra 195.000 toneladas em agosto, um aumento de 43% em comparação com 2023 no mesmo período. Em setembro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 registrou US$ 770,00 por tonelada, contra US$ 780,00 por tonelada. No início de outubro, o preço está firme em US$ 790,00 ,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.