27/Nov/2025

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que as negociações para o Plano Setorial de Agricultura e Pecuária, no âmbito do Plano Clima, avançaram "bastante", mas que não havia necessidade de anúncio durante a COP30. "Avançamos bastante na negociação. Agora, não tinha necessidade de algo que é baseado na ciência e no compromisso com o futuro do planeta tomar uma medida abrupta, politicamente, uma medida tomada pela política de anunciar dentro da COP", disse Fávaro, após participar de reunião setores produtivos no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Para o ministro o adiamento do anúncio do Plano Clima para depois da COP30, mostra que o "bom senso" prevaleceu.

"O Plano Clima tem de ser algo estruturado e convincente, para que todos estejam unidos. Então, as negociações continuam. Está muito próximo de chegarmos a um bom termo e anunciarmos o Plano Clima com a participação da agropecuária brasileira", afirmou o ministro. De acordo com o ministro, não há previsão neste momento de anúncio do Plano Clima, mas se possível será lançado ainda neste ano. "Desde que chegamos a um bom termo, o que falta pouco para isso acontecer", pontuou. A COP30 terminou sem o anúncio do Plano Clima, em virtude de impasses quanto ao Plano Setorial de Agricultura e Pecuária. Inicialmente, estava prevista uma cerimônia de lançamento do Plano Clima para a última sexta-feira (21/11).

O impasse persiste diante da divergência entre Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Ministério da Agricultura sobre a versão setorial para agricultura. O Ministério da Agricultura e o setor produtivo pediram o adiamento do anúncio para depois da COP30, alegando necessidade de maior tempo para continuidade do diálogo e alcance de uma proposta consensuada. O Plano Clima é uma política pública que estabelece estratégias para o cumprimento das metas nacionais de redução de emissões de gases de efeito estufa. Os planos setoriais, por sua vez, abrangem o balanço de emissões de carbono de cada área, a sua responsabilidade de redução e as atividades atribuídas a cada setor.

Há um embate internamente no governo quanto ao plano setorial da agricultura, em virtude da metodologia de alocação de emissões setoriais relacionadas ao desmatamento. Esse imbróglio se arrasta desde metade de agosto. O MMA apresentou uma proposta alternativa atendendo ao pedido de retirada do desmatamento do agronegócio, criando a categoria de transições do uso da terra e desmembrando as emissões de áreas públicas, territórios coletivos e combate ao desmatamento ilegal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.