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10/Mar/2023

Carro elétrico: GWN buscando fornecedores locais

A chinesa Great Wall Motor (GWM) iniciou negociações com fabricantes de autopeças do Brasil para o fornecimento de itens eletrônicos para sistemas de motor elétrico, de conexão, freios regenerativos (que recuperam energia da frenagem) e outros componentes mais complexos para não depender só de importações. Peças mais comuns, como estamparia e pneus, já estão garantidas, pois o País dispõe de grande parque produtivo, embora a montadora ainda não tenha fechado contrato com nenhum fornecedor. O grupo vai produzir apenas carros elétricos e híbridos plug-in (de recarregamento na tomada) e convencionais nas instalações que comprou da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) em 2021, depois que a companhia alemã decidiu interromper a produção de automóveis no Brasil. A fábrica passa por adaptações para fabricar os modelos eletrificados e entrará em operação no primeiro semestre de 2024.

Nessa primeira fase, vai produzir uma picape e um utilitário-esportivo, mas com praticamente 100% das peças importadas. A nacionalização deverá se intensificar após dois anos. A ideia é ter fornecedores locais para a maior parte dos componentes, incluindo os mais tecnológicos. A GWM tem produção própria de várias peças, mas só pretende importar as que realmente não tiverem condições de produção local. O processo de busca de fornecedores será conduzido pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Com plano de investimentos de R$ 10 bilhões (por volta de R$ 52 bilhões) no País, sendo R$ 4 bilhões (R$ 20,5 bilhões) até 2025 e o restante até 2032, a GWM desenvolveu na China, com ajuda de profissionais brasileiros, a tecnologia flex que vai equipar modelos híbridos e híbridos plug-in de produção nacional. Só o Brasil terá carros flex da marca e, se outro país quiser essa tecnologia, como a Índia, o País que vai fornecer.

Futuramente, o grupo também deve exportar veículos feitos no País para a América Latina. A GWM iniciou a pré-venda de três versões do SUV Haval H6, os primeiros importados da marca. O H6 Premium, com propulsão híbrida (eletricidade e gasolina) sem opção de carregamento na tomada, custa R$ 209 mil, preço que o coloca na mesma faixa de preço de automóveis como o Corolla Cross, SUV derivado do sedã Corolla, que tem sistema híbrido flex. Já o híbrido plug-in da GMW sai por R$ 269 mil enquanto o H6 GT, mais esportivo, custa R$ 299 mil. Os modelos eletrificados da marca chegam ao Brasil com elevado índice tecnológico, incluindo itens de auxílio ao motorista na condução. É o caso das cinco câmeras com nove modos de visualização, dos 12 sensores e dos comandos de voz em português. O Haval H6 dispõe de sistemas de centralização em faixas, de frenagem automática para pedestres, de ajuste de velocidade ao ritmo do trânsito (freia sozinho se o carro da frente diminuir a velocidade) e de reconhecimento de placas de trânsito, entre outros.

O grupo está formando sua rede de concessionárias, as terá um sistema de entrega em domicílio em todo o País. Cada modelo da marca terá preço único, ou seja, o consumidor não terá de passar pela situação de negociar descontos. As vendas serão diretas (da empresa para o consumidor) e os concessionários prestarão os serviços. A fabricante também vai importar, e futuramente produzir localmente, carros 100% elétricos. O grupo defende que o Imposto sobre Importação (II) de modelos elétricos continue zerado por mais tempo, até que a tecnologia esteja mais difundida no Brasil. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende que seja determinado um prazo de transição, em que o imposto volte a ser cobrado gradativamente para não afugentar investimentos na produção local. Carros importados a combustão recolhem atualmente 35% de II. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.